Após a série de denúncias feitas pelo deputado Wellington do Curso (PSDB) sobre a existência de supersalários na Caema (Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão), a saída do engenheiro Carlos Rogério Araújo da presidência da empresa de economia mista é tratada no bastidor como irreversível.
A decisão, segundo interlocutores do governador Flávio Dino (PCdoB) ouvidos pelo ATUAL7, foi tomada pelo comunista no início desta semana, e já teria sido comunicada pessoalmente a Carlos Rogério, que permanece pendurado no cargo apenas até o anúncio oficial por Dino nas redes sociais – prática adotada pela gestão estadual para informar à população sobre mudanças no secretariado do Governo do Maranhão.
Os interlocutores também afirmam que o atual diretor de Gestão Administrativa, Financeira e de Pessoas da Caema, André dos Santos Paula, deverá ficar interinamente na presidência da companhia até que o governador indique o substituto definitivo de Carlos Rogério, que voltará a comandar o setor de Operações, Manutenção e Atendimento ao Cliente.
Nas últimas semanas, Wellington usou a tribuna da Assembleia Legislativa em diversas ocasiões para cobrar posicionamento do Palácio dos Leões a respeito de uma lista que mostra a existência de supersalários na Caema, chegando até mesmo ao valor de R$ 91 mil, ultrapassando o teto remuneratório do serviço público.
“Não dá para compreender o fato de que o governador que diz que não tem recursos para nomear aprovados em concurso público é o mesmo que paga supersalários a servidores comissionados. Se tem dinheiro para pagar supersalários, tem de ter para nomear aprovado em concurso”, cobrou o tucano no mês passado, quando iniciou a série de denúncias.
Para que o caso seja apurado e, se confirmado, os responsáveis sejam punidos, há pouco mais de uma semana, Wellington formalizou as denúncias no Ministério Público. No documento, ele aponta ainda para a prática de improbidade administrativa da direção da Caema, que lhe teria negado informações oficiais a respeito do assunto, violando o princípio da publicidade.
Em nota, a Caema afirma que “não há pagamento salarial acima do teto constitucional estabelecido em lei”. Segundo a companhia, os dados utilizados pelo tucano dizem respeito não exclusivamente às remunerações, mas acumulados com pagamentos de férias, décimo terceiro salário e outros benefícios.
Fonte: Atual7