O empresário Eduardo DP, apontado pela Polícia Federal como o principal líder de um grupo criminoso que fraudava licitações e desviava dinheiro público da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), usava da sua influência no meio político para articular obras, pagamentos e benefícios a aliados.
Além de empresário, Eduardo DP fazia um papel de articulador político e tinha acesso livre a todas as secretarias do governo, com deputados e senadores, além de prefeitos do Maranhão. Usava da sua proximidade com os gestores para conseguir obras e liberar pagamentos, tudo que beneficiava diretamente suas empresas.
Um dia antes de ser preso, Eduardo DP estava na Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), fechando detalhes de dois contratos que estava prestes a ganhar no governo do Maranhão sob gestão de Carlos Brandão (PSB).
Levantamento da Folha do Maranhão mostra que no dia da “Operação Odoacro”, Eduardo DP através Construservice, ganhou dois contratos na Sinfra, 020/2022 e 022/2022. O primeiro deles será para executar os serviços de manutenção, conservação e execução de pavimentação de rodovias estaduais, vias urbanas e vias rurais (vicinais) na regional de Santa Inês. O valor deste contrato custará aos cofres públicos o valor de R$ 22.159,596,89. O segundo contrato será para manutenção, conservação e execução de pavimentação de rodovias estaduais vias urbanas. Este contrato saíra por R$ 78.121.196,13.
Ao todo, no dia que foi preso, Eduardo DP ganhou na gestão de Brandão R$ 100.280.792,90 em contrato na Sinfra para realização de obras. Se for juntar ao R$ 107 milhões empenhando em favor da sua empresa, o valor ultrapassaria os R$ 207 milhões de reais.
Fonte: Folha do Maranhão