Fiocruz: pandemia mantém média de mil vítimas por dia no Brasil

Uma análise da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre o período de 9 a 22 de agosto mostra que a pandemia de covid-19 se manteve estável em um número alto de novos óbitos e infectados. O Boletim Observatório Fiocruz Covid-19 mostra que o país continua a apresentar uma média de mil mortes e 40 mil novos diagnósticos por dia.

O período analisado pela Fiocruz engloba as semanas epidemiológicas 33 (9 a 15 de agosto) e 34 (16 a 22 de agosto). A estabilização em nível nacional com relação às duas semanas anteriormente analisadas é resultado de fortes flutuações nos indicadores estaduais ao longo destas duas semanas, descreve o boletim.

Roraima foi o único estado com tendência de queda na mortalidade, com média diária de mortes 6% menor que o período de duas semanas anteriormente analisado, e o Rio Grande do Norte foi o único com redução da tendência de incidência da doença, com queda de 7,6% no registro diário de novos casos.

O estudo considera que elevações nas tendências de mortalidade e incidência superiores a 5% representam alerta máximo, enquanto quedas abaixo de -5%, redução. Qualquer variação dentro dessa faixa é considerada estabilidade.

Nenhum estado teve crescimento acima de 5% nas tendências de incidência e mortalidade. Apesar disso, o boletim alerta que Rio de Janeiro e Distrito Federal mostram propensão de aumento no número de casos. No Rio de Janeiro, a tendência de mortalidade cresceu 3,3%, enquanto, no DF, a alta foi de 2,5%. Bahia (2,4%), Goiás (2%) e Rio Grande do Norte (2%) também estão entre os principais aumentos na tendência de mortalidade.

Além de Roraima, as principais quedas na tendência de mortalidade foram no Amapá (-4,8%), Ceará (-4,5%), Sergipe (-4,3%) e Santa Catarina (-3,2%).

O boletim também traz dados sobre disponibilidade de leitos em hospitais, com base no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Segundo a análise, houve pequenos incrementos na oferta de leitos de UTI Covid-19 para adultos por 10 mil habitantes no Acre, Roraima, Amapá, Tocantins, Rio Grande do Norte, Bahia, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal.

Tocantins, Santa Catarina e Distrito Federal saíram da zona de alerta crítico em relação à ocupação de leitos e agora estão na zona de alerta intermediário. Há 12 unidades da federação nesse grupo, enquanto 13 estão fora da zona de alerta. Goiás é o único estado na zona de alerta crítica, com ocupação de 87,3% de leitos de UTI.

Os dados disponibilizados não incluem o estado do Rio de Janeiro, mas apenas sua capital, que está na zona de risco intermediário.

A incidência de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por 100 mil habitantes foi considerada muito alta para todas as unidades da federação. Destacam-se nesse sentido os estados de Rondônia, Alagoas, São Paulo e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal, onde a incidência supera 10 casos por 100 mil habitantes.

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