Presidente da Fundação Nippon visita UBS Recanto Verde, em São José de Ribamar

O presidente da Fundação Nippon, embaixador da Boa Vontade da Organização Mundial da Saúde para Eliminação da Hanseníase e embaixador do Japão para os Direitos Humanos das Pessoas Afetadas pela Hanseníase, Yohei Sasakawa, visitou na manhã de sábado (6) a Unidade Básica de Saúde Recanto Verde, no bairro Paraíso das Rosas, em São José de Ribamar, para conhecer o trabalho de detecção da doença realizado na unidade.

A visita do presidente da Fundação Nippon segue uma agenda iniciada na sexta-feira (5), com um encontro para conhecimento dos resultados exitosos do Governo do Estado nas ações de controle da doença; e uma visita ao Hospital Aquiles Lisboa (HAL), referência no tratamento da Hanseníase no Maranhão.

“Pude descobrir que os agentes comunitários, mesmo não sendo pessoas de conhecimento médico profundo, auxiliam no processo de busca por mais pessoas para realização de exames, e isso é muito bom. Também tive o prazer de conhecer pessoas que foram curadas porque descobriram a doença em fase ainda inicial, mostrando a dedicação do governador do Estado para com a causa e a convicção de que é possível zerar a carga da hanseníase”, destacou Sasakawa.

De acordo com a secretária adjunta da Política de Atenção Primária e Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Waldeíse Pereira, a visita foi uma oportunidade de ele observar de perto o empenho da gestão estadual, em conjunto com os municípios, para erradicar a infecção.

“Essa visita mostra a ele como o serviço está sendo ofertado, bem como a linha de cuidado que é utilizada. Assim, esperamos poder expandir o projeto ‘Abordagens Inovadoras para intensificar esforços para um Brasil Livre da Hanseníase’ da região metropolitana para outros municípios”, disse.

Para o prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio, a visita significa o reconhecimento do esforço feito pelas 47 equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município. “Temos em nosso Centro de Especialidades e Diagnóstico um trabalho na média complexidade muito bem realizado por uma dermatologista. A nossa expectativa é de que, ao passo em que desenvolvemos mais ações por meio da Atenção Básica e Saúde da Família, possamos despertar mais interesse, garantir apoio e investimentos”, observou.

Projeto
Desde 2017, a Fundação Nippon apoia ações nos municípios de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar, Alcântara e Raposa. As ações incluem desde capacitação, mutirões de atendimento em busca de novos casos da doença, formação de grupos de autocuidado e de pessoas da comunidade que possam se envolver com a causa, no sentido de promover controle social. A fundação também assiste municípios de cinco outros estados e já doou 50 mil dólares para financiamento das ações relacionadas.

O Maranhão ainda é um estado endêmico para a hanseníase. A taxa de detecção de casos novos de hanseníase, em 2018, mostrou que 82 municípios encontram-se em situação de hiperendemia, quando são registrados mais de 40 casos da doença para cada 100 mil habitantes. Nenhum dos 217 municípios maranhenses deixou de detectar casos da doença nos últimos cinco anos.

O Governo do Estado tem concentrado esforços para mudar este cenário, investindo em ações de conscientização e de busca ativa dos pacientes para início do tratamento de forma precoce. Um deles é Milton Sena, de 24 anos. Curado da hanseníase há quatro anos, agora seu empenho é levar conscientização às pessoas.

“Tudo começou com umas manchas de cor branca nas minhas costas. Eu comprava pomadas, às vezes, até chegava a machucar a pele, mas eu ignorava. Até que resolvi procurar ajuda profissional e veio o diagnóstico da doença. Lutei contra ela por um ano e três meses e hoje meus esforços estão concentrados em ajudar na detecção de novos casos”, pontuou.

Quem também passou pela experiência foi Maria da Glória Braga, de 66 anos, que, na ocasião da visita do presidente da Fundação Nippon, estava recebendo alta por estar livre da hanseníase. “Eu notei uma pequena mancha acima do meu joelho esquerdo e fui procurar o médico para saber do que se tratava. Durante todo o tratamento, cerca de um ano, todos os profissionais daqui foram muito gentis e atenciosos comigo, e a medicação nunca faltou também”, comentou.

Também participaram da visita a superintendente de Epidemiologia e Controle de Doenças da SES, Léa Melo; a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Hanseníase do Maranhão, Maria Raimunda Mendonça; o coordenador da Atenção Básica de São José de Ribamar, William Vieira; o assessor regional para doenças negligenciadas, da Organização Pan Americana de Saúde, Santiago Nicholls; e o coordenador nacional do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas Pela Hanseníase (MORHAN), Artur Custódio.

Fonte: ma.gov.br

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